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Mostrando postagens de agosto, 2025

UM CORPO DENTRO DE UM CORPO DENTRO DE UM CORPO DENTRO DE

  Acho que a gente se perdeu no caminho, sabe.  Acho que chegamos na descoberta de que não nos reconhecemos, não reconhecemos nossa história, nossa calmaria, as coisas que podem brilhar frente aos nossos olhos. Quando olho no espelho vejo um luto. E há tantos desses! A última vez que o céu estava cinza e eu estava aqui, escrevendo de frente pra janela, eu falava de um luto. O luto de tantos, de muitos que carrego em mim. Perceber. Perceber que eu morro todas as vezes, mas não admito, e carrego meu corpo morto dentro de um espaço que não se reconhece. Às vezes me dizem que existem coisas boas na vida, carregar a morte é uma delas? Veja, o sol aparece quando pensamos no outro. Mas e quando pensamos em nós? Carrego muitas coisas, muitas coisas. Eu gostava de cantar e de olhar a chuva. Eu gostava de sonhar. Se uma pessoa que está me conhecendo pergunta do que eu gosto, eu esvazio. Começamos a caminhar o caminho do outro, sabe, daquele que nem existe. Quando eu tinha doze anos, jog...