Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2021

VOZ PRÓPRIA NA ESCRITA

        O verdadeiro encontro acontece quando a gente silencia a busca.      Eu tenho uma facilidade tremenda em escrever textos curtos, em sintetizar ideias, fazer resumo, dizer muito em poucas palavras. Pra muita gente que escreve ou faz pesquisa, esse é um belo de um defeito. Já tentei me alongar, inventar coisas, dar umas enroladas pra chegar a um texto de pelo menos 1500 palavras. Mas como é difícil! Algumas vezes até consegui escrever umas seis folhas, mas quando olho pra isso, não sinto que é meu. Sempre ouço que um bom escritor consegue transformar três palavras em uma folha… talvez eu não seja um bom escritor.  Não tem texto que não caia em minhas mãos que eu não sinta vontade de passar a caneta comentando: você está dizendo a mesma coisa faz dez páginas! Realmente, não sou um bom escritor, já que nem escritor, de fato, sou. Sou poeta e não escrevemos mais odisseias.  Tem uma parte em A hora da estrela em que o narrador diz que cansou de descrever porque descrever é cha

POR QUE ESCREVO

  Se eu ganhasse uma moeda a cada vez que me perguntam por que eu escrevo, encheria um cofrinho. Mas seria um cofrinho de plástico, desses bem baratinhos, pra não correr o risco de ficar sem moedas depois do investimento. Uma vez me perguntaram por que eu escrevo histórias. Demorei um ano pra responder que não escrevo histórias, que escrevo palavras, e se essas palavras contam histórias, o que eu tenho a ver com isso? Eu escrevo. Escrevo desde que aprendi a escrever. Por necessidade? Por falta do que fazer? Pra ganhar um prêmio? Pode até ser que essas sejam as respostas de alguém. Eu só escrevo mesmo. Escrever é um ato básico do ser humano; ou as pessoas por acaso só começam a contar pra serem intelectuais da matemática? Um dia fiquei sabendo que tudo é crônica. Se não se enquadra na poesia ou na prosa, é crônica. Se tem umas palavras formando alguma coisa, não querendo chegar a lugar nenhum, é crônica. Achei ótima a definição. A partir daquele dia, soube que era cronista. Que chique!