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Mostrando postagens de maio, 2022

QUANDO ATRAVESSAMOS JANELAS

     Li um livro chamado Não aceite caramelos de estranhos ( No aceptes caramelos de extraños ). Embora “Árvore genealógica” e “Miopia” tenham sido meus contos preferidos, foram “Meio corpo para fora navegando pelas janelas” e “O incômodo de sermos anônimos” que mais me cutucaram. Seus temas coincidem: a solidão humana.      Algum filósofo já disse que a essência do ser humano é a solidão. Que mesmo compartilhando coisas em comum e criando laços, estamos fadados a viver com um subjetivo só nosso, que ninguém consegue alcançá-lo de fato, além de nós mesmos. (Ou será que estou me confundindo e isso é coisa da psicanálise?).      Ou talvez, eu poderia arriscar um: somos solitários dentro de uma cultura ocidental branca e capitalista.      Semana passada, fui na casa de cereais comprar a minha rotineira broa caseira. Quando a atendente me viu, soltou um suspiro: “pensei que tinha acontecido alguma coisa com você! já faz tempo que não passa por aqui!” Sim, fazia mais de um mês que não apare