NÃO É SÓ UMA COR
Quero te mostrar uma foto: quatro crianças loirinhas em frente a uma casa de madeira; todas têm o mesmo tamanho e o mesmo cabelo curto; vestem um conjuntinho de blusa branca com mangas e calças xadrez. Tem uma vegetação rasa ao redor da casa e mais alguns arbustos floridos que não sei dizer o nome. A foto deve ter sido tirada no começo da tarde, pois a claridade do sol não deixa esconder nada. Uma dessas crianças está com a estampa xadrez em vermelho, contrastando com a cor azul das outras. Olhando assim, parecem todas iguais. Poderia chutar algum parentesco: poderiam muito bem serem gêmeas, quadrigêmeas, por que não? Mas aquela cor vermelha deixou uma marca. (Se Chapeuzinho Vermelho não fosse vermelho, o lobo não teria coragem de enganá-la.) Ali, na foto, elas não entendiam o carimbo das cores. Elas mesmas se achavam todas iguais e brincavam iguais: subiam nas árvores, jogavam bola, ralavam os joelhos, choravam e comiam da mesma forma. Se não me e