POR QUE ESCREVO

 

Se eu ganhasse uma moeda a cada vez que me perguntam por que eu escrevo, encheria um cofrinho. Mas seria um cofrinho de plástico, desses bem baratinhos, pra não correr o risco de ficar sem moedas depois do investimento.


Uma vez me perguntaram por que eu escrevo histórias. Demorei um ano pra responder que não escrevo histórias, que escrevo palavras, e se essas palavras contam histórias, o que eu tenho a ver com isso?


Eu escrevo. Escrevo desde que aprendi a escrever. Por necessidade? Por falta do que fazer? Pra ganhar um prêmio? Pode até ser que essas sejam as respostas de alguém. Eu só escrevo mesmo. Escrever é um ato básico do ser humano; ou as pessoas por acaso só começam a contar pra serem intelectuais da matemática?


Um dia fiquei sabendo que tudo é crônica. Se não se enquadra na poesia ou na prosa, é crônica. Se tem umas palavras formando alguma coisa, não querendo chegar a lugar nenhum, é crônica. Achei ótima a definição. A partir daquele dia, soube que era cronista. Que chique! Não escrevia histórias, não tinha intenção com a escrita e então, me tornei cronista.


Agora, até tenho um título pra me exibir e, quem sabe, consiga comprar um cofrinho de cerâmica.


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