VOCÊ JÁ ENTROU EM TRANSE ENQUANTO CAMINHAVA PELA RUA?
Você já reparou como a textura do sol da manhã não é a mesma que a do sol da tarde?
Gosto de colecionar sensações. Encontrei a memória de um sentimento enquanto caminhava pela rua, o ônibus vermelho ia vazio em direção ao centro. Voltei ao dia em que estava neste vazio, em direção à casa. Eu lia o jornalzinho da biblioteca sem conseguir me concentrar por conta da rua esburacada. Era a mesma textura de um sol imaturo demais pra aquecer. E eu sentia paz.
Alguma vez você já sentiu que não pertencia ao tempo?
Tenho esses momentos em que tudo se desloca, onde percebo as cores, os sons, os movimentos mais claros do que normalmente são. Como se eu observasse uma fotografia ampliada, mágica. E tudo no mundo fizesse sentido.
Minha lembrança me levou até o banco da Praça do Japão. Logo que sentei, um rapaz me perguntou se ali era a Rui Barbosa. Disse que não. Ele então se deitou em um outro banco, e dormiu.
Você já alcançou uma epifania sensorial enquanto caminhava pela rua?
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